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Foto do escritorIzabel Albuquerque

Programa Lideranças Virtuosas – Sessão Bônus 8 com Jon Clifton




Hoje tivemos um encontro memorável com Jon Clifton, CEO Global da Gallup, instituição que tanto tem contribuído com pesquisas riquíssimas que são de extrema relevância para todos nós.


Jon também é autor do livro “Blind Spot: The Global Rise of Unhappiness and How Leaders Missed It”. O livro foi muito indicado pelo Alexandre Di Miceli, portanto já entrou na minha “wish list” 😉. Jon respondeu diversas perguntas que foram feitas pelos meus queridos amigos Virtuoses, de maneira clara e objetiva, fundamentando a sua resposta, na maioria dos casos, com dados alarmantes.




Alguns destes dados eu já vou pontuar aqui para vocês, mas recomendo fortemente que assistam a este encontro, já que, sem sombra de dúvida, traz muitas informações para a nossa reflexão:


- Vivemos uma “global loneliness crisis” – 1 em cada 5 adultos não tem alguém em quem confiar quando necessitam. E não se trata apenas de uma questão de “quantidade”, mas também de “qualidade” nessa relação;


- Vivemos uma significativa “painnos nossos ambientes de trabalho - Apenas 20% dos trabalhadores estão engajados nos seus empregos. Isso é muito sério e os líderes representam aqui um papel fundamental para mudarmos esta tendência de crescimento desta dor nos ambientes corporativos;


- Sobre as emoções negativas “worry” e “stress” – cerca de 4 em cada 10 pessoas em todo o mundo reportam ter tido muita preocupação ou estresse;


- Sobre as emoções negativas “anger” e “sadness” – cerca de 1 em cada 4 pessoas sentiram raiva ou muita tristeza.


Segundo dados que o Alexandre nos passou da leitura que fez do livro de Jon, os brasileiros:

- estão entre os 20% dos países que reportam mais emoções negativas em todo o mundo (23ª posição entre 121 países), e


- reportam sentir muito mais emoções negativas do que a média latino-americana e mesmo mundial: 42% dos brasileiros reportaram que tiveram fortes emoções negativas no dia anterior à pesquisa, contra 34% dos latino-americanos e 31% em média em todo o mundo.


- No que se refere à produtividade dos trabalhadores – 50% não sabe responder de forma articulada à seguinte pergunta: “Você sabe o que se espera de você e do seu trabalho?”.


Adicionalmente, 1/3 responde negativamente à pergunta: “Você tem a oportunidade de fazer aquilo que você acha importante no seu trabalho?”. Imagina se os líderes prestassem mais atenção a estas perguntas e o quanto isso poderia impactar de forma positiva o engajamento das pessoas e, consequentemente, a sua produtividade e o desempenho financeiro das empresas?


- No que se refere ao burnout – Jon explica que não é a quantidade de trabalho, mas sim um tratamento injusto no trabalho a sua principal causa.


- No que se refere à desigualdade de gênero – Jon comentou que as mulheres com crianças recebem cerca de 14% a menos de salário nos EUA do que os homens.

Quando Alexandre pergunta para o Jon, como nós podemos reduzir esse sofrimento no mundo, Jon responde que se existisse uma “bala de prata” para uma vida melhor para todos nós, de forma geral, seria “to have a great job”! Trata-se da importância do trabalho para as pessoas. Porque um bom trabalho não apenas fornece um bom salário e estabilidade, mas sobretudo, ajuda na realização do nosso propósito de vida, no sentimento de que estamos contribuindo com os outros e cumprindo a nossa missão. Aqui é importante ressaltar um momento interessante em que Jon critica aquela antiga “máxima” de que “faça o que você ama e você nunca se sentirá trabalhando”. Jon prefere: “Your purpose in life is not do what you love to do, your purpose in life is to do what the world needs and what you are good at!”. Ele desmistifica o fato de que no trabalho nós nunca enfrentaremos dificuldades, ainda que façamos o que amamos, o que somos bons e o que muda o mundo. Pelo contrário, sempre haverá dias de estresse e de raiva, por exemplo, mas se estivermos fazendo o que nós somos bons em fazer e se o nosso trabalho tiver potencial para mudar o mundo positivamente, haverá propósito e isso nos ajudará a superar os momentos inevitáveis de emoções negativas.


Um outro ponto muito interessante trazido por Jon foi sobre uma interessante pergunta existente nas pesquisas da Gallup: “Você tem amigo no trabalho?”. Muitos líderes criticam a existência desta pergunta, mas Jon defende que, se quisermos reduzir o turnover nas nossas empresas, temos que fazer com que as nossas pessoas criem sólidas relações de amizade e de confiança entre si. Isso ajuda, inclusive, na comunicação entre estas pessoas, que ultrapassa estes ambientes corporativos interferindo positivamente nos seus lares e no bem-estar das suas famílias.


Ao falar sobre problemas de comunicação, Jon menciona algumas lições do livro “Noise” e explica sobre a existência de muita falha na compreensão entre os interlocutores (o que colabora muito para gerar estas emoções negativas acima mencionadas), especialmente nos dias de hoje onde a comunicação é feita de forma incipiente e rápida demais (por whatsapp, por exemplo). A sugestão de Jon é que cuidemos mais da forma como nos comunicamos com os outros e que criemos relações mais fortes, de maior confiança e de maior proximidade nas nossas equipes ligando para os nossos colegas (ao invés de apenas trocarmos mensagens), por exemplo. Na visão dele, isso melhora, inclusive, a produtividade das equipes. Especialmente no que se refere às novas gerações, esta interação mais próxima, mais frequente (feedbacks, por exemplo) e esta qualidade na comunicação são de extrema importância.


Quando Alexandre pergunta sobre o papel da Inteligência Artificial no trabalho, Jon relembra uma citação de Bené Brown: “We like to think that we are rational beings that are sometimes emotional, but that is wrong. We are emotional beings that are sometimes rational.” É quando Jon aproveita e alerta para o fato de que muitos líderes se preocupam apenas se os seus colaboradores estão recebendo os seus salários (ignorando o fator emocional). Isto está longe de ser o essencial e o mais importante para os trabalhadores. O fator emocional é de extrema relevância e deve ser considerado. Jon ressalta que, no que se refere ao mundo empresarial, um dos pontos mais importantes para engajarmos as nossas pessoas (e diminuirmos este estresse e sofrimento no trabalho) é provê-las de ferramentas adequadas para que elas possam exercer as suas atividades profissionais de forma satisfatória e efetiva. Ele traz um exemplo (claramente bem-intencionado, porém pouco produtivo) de uma liderança que decidiu oferecer aulas de yoga para os seus colaboradores, mas que, na prática, isso não ajuda efetivamente as pessoas a exercerem as suas atividades. Por óbvio, pode trazer outros benefícios, mas não o aumento do engajamento.

Jon mencionou também a importância de se investir no treinamento dos nossos gerentes (managers) em termos de skills comportamentais e o quanto isso pode impactar positivamente no engajamento dos seus liderados e lideradas e, consequentemente, no bem-estar e na produtividade destas pessoas. Pesquisas demonstram que 70% da variação de engagement de uma equipe se dá em razão dos seus gerentes.


Mas além destas emoções negativas que vem aumentado muito no mundo, há também uma crescente desigualdade de bem-estar entre as pessoas. Gallup define well-being como “how you see your life and how you live your life”.


Para melhorarmos o nosso well-being Jon confirma a relevância da meditação, de vivermos em comunidade, e de seguirmos o nosso propósito de vida, hoje comprovadamente mais relevantes do que a religiosidade ou até a espiritualidade (de forma mais macro).


Para assistir e se inspirar também com esta valiosa conversa de hoje, basta clicar aqui.


Depois de assistir, me conta o que achou?


Para mais informações sobre ele, clique aqui.


Se tiver interesse no livro Blind Spot, encontre-o aqui.


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