Começamos o nosso inspirador encontro de hoje "Workshop de Liderança, por Alexandre Di Miceli_exclusivo para convidados Virtuous Company_ 1ª parte_ Liderança Virtuosa para o Século XXI: Uma visão do Estado da Arte" debatendo conceitos importantes como:
O que é Liderança em uma palavra? “Exemplo” e “Inspiração” foram duas das diversas palavras que foram lançadas pelos meus amigos Virtuoses! A “Autenticidade” também foi uma importante característica mencionada para quem ocupa a posição de líder.
O que é Sucesso? Aqui Alexandre nos trouxe o conceito dado por John Wooden (1910-2010), um dos maiores técnicos de basquete de todos os tempos: “Sucesso é paz de espírito…que vem da satisfação em saber que você fez o seu melhor para ser o melhor que poderia ter sido”.
O que move as pessoas? A dor (o medo) ou o amor? É sustentável a mudança ocorrida pela dor? Pelo medo? Pelo risco? Todos concordamos que não.
Qual é o papel da Liderança no mundo corporativo? Muitas respostas foram dadas, mas se fôssemos resumir, o principal papel de uma liderança, nas palavras do Alexandre, seria:
“criar relacionamentos de confiança e o melhor ambiente possível….
….para que as pessoas se sintam entusiasmadas e inspiradas….
….para que elas possam trabalhar com excelência todos os dias…
….e se autorrealizar e alcançar o máximo do seu potencial humano….
….em benefício do desempenho da organização e da sociedade!”
Em resumo: UM BOM LIDER É UM CUIDADOR DE PESSOAS E DA ORGANIZAÇÃO para que o ambiente corporativo seja sustentável.
E qual o papel do Conselho e da Diretoria como órgãos das organizações?
Nesse momento, foi trazido, como exemplo prático, a mudança estrutural e de mentalidade que ocorreu na Michelin e que serve de inspiração e case de sucesso para diversas outras organizações atualmente. Em resumo uma frase da Michelin que deixa claro que as pessoas são protagonistas da empresa e os seus ativos mais relevantes, ouvida nos corredores da Michelin é: “O gerente cuida da gente e a gente cuida da empresa e dos negócios”.
Qual é ponto de partida de uma liderança virtuosa?
Ter uma visão positiva sobre as pessoas, uma crença de que as pessoas possuem motivação e grandeza dentro delas e que o nosso papel, como líderes, é de dar OPORTUNIDADES de libertar o potencial das nossas pessoas ao invés de limitá-lo!
Porém, infelizmente, a mentalidade comum atual é a de controle e não a de liberdade.
Então qual seria o papel mais nobre da liderança?
Identificar, comunicar e depositar confiança nas pessoas, de que elas podem alcançar o seu potencial máximo, potencial este que ela mesma não acreditava que alcançaria.
Falamos, portanto, do efeito pigmaleão de Robert Rosenthal “Pygmalion in the classroom (1968)” e da profecia autorrealizável, pois quando tratamos as pessoas de determinada forma, elas acabam por se tornar da forma como a tratamos.
Como bem disse Johann Goethe: “Trate as pessoas como se elas fossem o que poderiam ser e você as ajudará a se tornarem aquilo que são capazes de ser”.
Um ponto importante: a qualidade de uma liderança não é definida pela quantidade de competências que tem, mas pelas experiências percebidas de quem é por ela liderado e desde que gere três tipos de sentimento:
(i) Universalidade: se sentir parte de algo maior e significativo
(ii) Colegialidade: ambiente diário positivo, de confiança e cuidado mútuo
(iii) Singularidade: escuta e conexão
Assim, uma boa liderança precisa fundamentalmente ter:
Visão – uma clareza de onde se quer chegar (que vai muito além das metas!). Com uma aspiração clara e um porquê, um propósito maior! Em resumo: Qual é a sua proposta, o seu sonho como liderança?
Paixão – pelo trabalho que se faz e pela vida como um todo! Quando há paixão há prazer diário, autoconfiança, foco e entrega de si. É pela paixão que transmitimos esperança de dias melhores e inspiração para as nossas pessoas!
Coragem - não é a ausência de medo, mas sim a capacidade de enfrentar os seus medos! Disposição de correr riscos, de experimentar e de ir “contra a maré”. É a grandeza para reconhecer e aprender com os erros! É preciso reconhecer que não temos todas as respostas e que estamos em um constante processo de evolução. Não devemos só buscar agradar os nossos stakeholders, mas sim ter coragem para questionar. O mais importante: para lidar com os nossos medos, é preciso conhecê-los, “colocá-los para fora” e abrir mão do controle.
Excelência e Desempenho – As pessoas não seguem incompetentes, mas sim pessoas que admiram e trabalham com maestria e excelência, com alto desempenho e resultados. Mas o desempenho deve ser obtido com BOM COMPORTAMENTO, com os outros, e não a custa dos outros! O que entregamos e como entregamos é muito importante, mas esses resultados devem ser construídos com relacionamentos saudáveis!
Ser “bom” é diferente de ser o “bonzão” e também é diferente de ser “bonzinho”!
Integridade – é a base da confiança e da autoridade moral. Somos atraídos por pessoas que têm coerência entre o que elas pensam, falam e fazem. Logo, coerência também é a base para a integridade. Para ilustrar isso, Alexandre traz um vídeo do CEO da Patagônia, exemplo de liderança íntegra.
E, por fim, a Humildade – a base fundamental de tudo isso o que falamos acima!
E todas essas características não são imutáveis! São resultado de experiências que são desenvolvidas ao longo de uma vida! Porém, os cursos atuais de lideranças ensinam habilidades, mas não ensinam caráter e visão!
Mas então como podemos desenvolver essas características?
Alexandre defende que é através de educação! E não de treinamentos! Mas esse processo de educação deve ser de autoaprendizado, reflexão e descoberta pessoal! O que infelizmente não é o que conseguimos ver nas nossas escolas e universidades atuais!
Educação deve ser um processo ativo, singular, experiencial e integral (tem que ter emoção!), e não industrial, padronizado e burocrático, como a grande maioria das universidades e escolar atuais! É preciso refletir! E refletir é fazer as perguntas certas para descobrimos a verdade sobre nós mesmos e sobre a vida!
“Treinamento dá resposta, enquanto que Educação gera perguntas!” (Alexandre Di Miceli)
E finalizamos o nosso encontro retomando a diferença entre Liderança (mentalidade da inspiração e do cuidado) e Gestão (mentalidade do controle)!
E fechamos com a seguinte sugestão do Alexandre:
“Gerencie COISAS, Lidere PESSOAS!!”
Hoje as pessoas são excessivamente gerenciadas e insuficientemente lideradas!
Foram quatro horas de muita troca de experiências. Que honra fazer parte desse grupo de pessoas tão inspiradoras e tão generosas, sempre dispostas a partilhar conhecimento para que juntos possamos ser a mudança que queremos ver na nossa sociedade!
Já estou aqui ansiosa pela segunda parte desse riquíssimo Workshop que ocorrerá na próxima semana! Até lá! 😊
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