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Programa Lideranças Virtuosas – Sessão Bônus com Guido Palazzo

Foto do escritor: Izabel AlbuquerqueIzabel Albuquerque

Guido é professor especialista em Ética Empresarial, um dos temas que mais tenho estudado ultimamente. Um dos assuntos em que ele se debruça é justamente o de tentar compreender porque “pessoas boas” fazem “coisas ruins, imorais, antiéticas, ilícitas e até violentas”.


Alexandre já começou perguntando sobre o novo livro que será em breve lançado pelo Guido, chamado “Inferno: Unlocking the secrets of ethical failure in organizations”, que analisa muitos dos grandes escândalos corporativos dos últimos 20 anos (Boeing, WellFargos, etc), tentando encontrar o fio condutor que une todos esses eventos.

Nessa busca, Guido encontrou 9 grandes características que são similares nesses escândalos, ainda que o crime cometido seja diferente.



Entre tais características está o imenso sofrimento que as pessoas destas empresas enfrentavam, muitas delas mencionando explicitamente o verdadeiro “inferno” que enfrentavam no seu dia-a-dia nessas corporações.


Ao ser questionado sobre o escândalo que hoje testemunhamos sobre as Americanas S.A. no Brasil, Guido traz um ponto interessante da “obsessão” por maximizar lucros e resultados, característica muito comum em empresas que acabam por enfrentar grandes escândalos. Nesse momento ele menciona a Boeing que ficou obcecada por cortar custos e por ser mais rápida na sua produção, o que acabou por desencadear o maior escândalo da indústria da aviação, com dois grandes acidentes aéreos marcantes – Há um documentário bem interessante sobre a Boeing chamado “Queda Livre” que, se você não tem medo de avião, vale muito a pena assistir 😊.

Quando Angela pergunta sobre como devemos lidar com o comportamento quase psicopata nas lideranças das empresas, em um sistema que apenas premia a maximização dos lucros dos acionistas, Guido começa por responder nos convidando a procurar no Google imagens que traduzem o significado da palavra “sucesso”. O resultado será sempre um homem branco, parado no top de uma montanha, de mãos levantadas. Como se a vida fosse uma eterna competição com um único vencedor. Nós todos, de certa forma, fomos doutrinados para celebrar essas pessoas vencedoras, consequentemente, todos queremos ser esses “vencedores”. Inicialmente esses líderes, que fazem de tudo para serem bem sucedidos (esquecendo da empatia e do cuidado com as pessoas), são idolatrados por todos, mas o dano vem com o tempo, por ser um processo de perceção mais lento… Guido então finaliza a sua resposta com outra pergunta: Você manteria na sua empresa um líder que é incrível na maximização de lucros, mas que “destrói” a vida das pessoas com quem ele trabalha?


Quando foi questionado sobre os mecanismos de racionalização que todos nós utilizamos quando percebemos que cometemos um desvio ético, mas precisamos voltar a nos sentir bem conosco mesmos, Guido, com base em suas pesquisas, responde que a imensa maioria das pessoas, em um primeiro momento, percebe que o que está fazendo não é algo bom. O problema começa quando começamos a fazer repetidamente a mesma coisa…em um primeiro momento “cheira mal”, mas, com o tempo, isso vai deixando de “cheirar tão mal”, sempre nessa zona cinzenta entre o certo e o errado. É o efeito “slipery slope”, uma mudança gradativa na nossa visão e na nossa personalidade que faz com que “boas pessoas” passem, com o tempo, a não perceber as coisas erradas e que estão se desviando dos seus valores e dos seus limites. Daí a importância de sempre refletirmos sobre os nossos valores e os nossos limites, para que, quando um dilema ético ocorrer, consigamos reconhecer esse limite e evitar que ultrapassemos os nossos limites e passamos para o “dark side”.


Guido explica que incentivos financeiros combinados com avaliação de performance são bem perigosos, quando falamos de desvios éticos, pois cria a visão de “túnel” onde apenas enxergamos os números que devemos atingir à nossa frente e estimula a competição acirrada entre as pessoas, ao invés da cooperação. Guido chama isso de “Cultura Darwinista”, ou seja, eu só posso suceder se o outro não suceder.


A toxic leader is the biggest prediction of a scandal, because they create fear. So, if you have a problem you know that you can´t count on your leader to help you solve it, as you can be punished and humiliated”. (Guido Palazzo).


“What I often see in the companies that were involved in a big scandal (such as Novartis and Volkswagen) after they clean up the mess, it that they invest energy and money in Integrity, they promote Diversity and they try to transform the company towards Sustainability – that gives me hope.”


Para assistir e se inspirar também com esta valiosa conversa de hoje, basta clicar aqui.

Depois de assistir, me conta o que achou?



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