Estreou hoje a segunda edição do Programa FemLeader!
Você deve estar pensando: De novo, Izabel? Você já não participou deste Programa em 2022?
É verdade, participei sim! Mas ouvir a Angela falar sobre um tema tão relevante como esse nunca é demais e, para além disso, aprendo sempre (e muito!) com as experiências e com os depoimentos das outras participantes.
O que motivou a Angela a criar o Programa FemLeader?
Após a Angela nos emocionar enquanto nos contava sobre todo o processo de criação do Programa FemLeader, fica claro que este Programa representa uma forma de homenagearmos, honrarmos e celebrarmos as nossas origens, a força das mulheres que nos trouxeram até aqui e de nos empoderarmos para gerarmos o impacto que desejamos no mundo!
Obrigada, Angela! Por nos permitir viver a realização deste sonho junto com você!
O Módulo 1
Este Módulo será integralmente dedicado a identificar os desafios internos e externos desse mundo complexo e plural que vivemos.
No que se refere aos desafios externos, Angela os exemplifica através de uma imagem de um iceberg, sendo o “abuso sexual e/ou moral” (desafio mais comumente identificado) apenas a ponta visível deste iceberg. Há, portanto, uma enorme quantidade de outras agressões que sofremos e que ficam “submersas”, como, por exemplo: sermos ignoradas nas reuniões, não ganharmos o devido crédito, termos a nossa competência constantemente questionada, sermos geralmente tratadas com hostilidade, recebermos comentários sobre o nosso corpo, sermos preteridas em promoções, sofrermos exclusões sutis, não sermos chamadas para colaborar, entre várias outras.
Mas de onde será que vêm estes desafios?
Para explicar isso, Angela traça um histórico baseado na valorização do gênero masculino e da raça branca (lembrando que o conceito de raça foi um dos últimos a ser criado, apenas por volta do século XV). Ou seja, não foi algo “repentino”, mas resultado de todo um processo histórico e que está presente até hoje na medicina, no mundo acadêmico, no mundo empresarial, enfim, em todos os lugares!
Para ilustrar como que essa valorização do gênero masculino e da raça branca ainda faz parte do nosso inconsciente coletivo até os dias de hoje, Angela traz uma série de exemplos de propagandas que normalizam esta objetificação, esta violência contra as mulheres e contra a raça negra.
Mas o que tudo isso tem a ver com liderança feminina?
Tudo! Porque temos a “certeza” de que somos racionais e imparciais, e não somos!
E para demonstrar isso, Angela traz uma série de vídeos que resultam de pesquisas científicas:
(i) O primeiro vídeo deixa claro como nós adultos já doutrinamos as nossas crianças desde bebês sobre as coisas que consideramos como sendo “de meninos” (Ex: carrinhos) e “de meninas” (Ex: bonecas). #nomoreboysorgirls
(ii) O segundo vídeo, também com crianças, trata da representatividade e dos estereótipos nas profissões. #redrawthebalance
(iii) O terceiro vídeo, também com crianças, trata da representatividade. #closethedreamgap
(iv) O quarto vídeo, sobre o enigma do CEO, é feito com adultos e demonstra claramente o forte enviesamento de gênero existente em todos nós. #eachforEqual
E como isso se reflete nas nossas organizações?
De duas formas principais: tanto na possibilidade de ACESSO quanto na probabilidade de ASCENSÃO.
No que se refere ao ACESSO, Angela nos traz dados de uma pesquisa que demonstra claramente como os estereótipos afetam os recrutadores, mesmo quando diante de uma avaliação de desempenho real dos candidatos. Ou seja, mesmo os candidatos homens e mulheres tendo, em geral, um desempenho semelhante nas tarefas a eles apresentadas, os recrutadores foram 2x mais propensos a escolher os candidatos homens.
No que se refere à ASCENSÃO, sabemos que, para crescermos dentro de uma organização, precisamos ser criativos, inovadores e termos um bom desempenho. Angela traz, inclusive, os dados de uma pesquisa feita com mais de 1500 CEOs que considerou a criatividade como sendo a habilidade mais importante para o futuro das empresas.
Com base nisso, criou-se um experimento associado à criatividade:
Num primeiro momento, colocaram, na pesquisa, quatro grandes características associadas à criatividade: Independência (estereótipo masculino), Ousadia (estereótipo masculino), Cooperação (estereótipo feminino) e Sensibilidade (estereótipo feminino). Mas, ao perguntarem, para os participantes da pesquisa, quais, dentre estas 4 características, eles mais associavam à criatividade, todos associaram a criatividade à Independência e Ousadia, que são estereótipos associados, em geral, ao masculino.
Angela, traz ainda, outro experimento sobre criatividade, onde os participantes deveriam votar naquele projeto de arquitetura (uma casa) que considerasse mais criativo. Os nomes dos projetos eram: Renata, Paulo e Fátima. Num primeiro momento, o projeto considerado mais criativo foi de nome “Paulo”. Só que, em uma nova rodada da pesquisa, realizada com outros participantes, os pesquisadores alteraram as fotos associadas aos projetos “Paulo” e “Fátima”. Para a nossa perplexidade, novamente o projeto considerado mais criativo foi o de nome “Paulo” (que, na realidade, era o “Fátima”). Ou seja, a criatividade não foi associada ao objeto mais criativo em si (a casa), mas sim ao seu criador: o Paulo!
Para comprovar isso, Angela traz um último vídeo, também resultado de pesquisas científicas, onde diversos recrutadores (homens e mulheres) deveriam analisar dois candidatos, um homem e uma mulher, cujo currículo e o discurso na entrevista eram exatamente iguais. Assistiu o vídeo? Viu como, infelizmente, somos todos parciais em nossas escolhas e julgamentos?
Com esse último vídeo, podemos, inclusive, desconstruir mais um mito (além do mito da Racionalidade humana que já descontruímos 😊): o mito da Meritocracia!
E sobre meritocracia, Angela apresenta um ótimo trocadilho: “Meritocracy x Mirror-tocracy”, ou seja, as nossas empresas, apesar de muitas vezes bem-intencionadas, só contratam pessoas parecidas com quem já está ali dentro.
Fica claro, portanto, que, em razão de todo esse processo histórico que a Angela nos apresentou ao longo do encontro de hoje, somos todos “carregados” de vieses inconscientes!
Finalizamos o nosso encontro de hoje com alguns depoimentos pessoais que são sempre tão valiosos para o nosso processo conjunto de aprendizagem.
Para que tenhamos um ambiente de genuína troca, a gravação das sessões somente é disponibilizada para as participantes, mas sempre que puder, venho contar para vocês como tem sido participar desse Programa tão lindo 😊!
Que venham os próximos encontros!
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