A conversa de hoje foi com o querido amigo virtuoso Miguel Setas! Ele é uma inspiração para todos nós! De nacionalidade portuguesa mas com uma alma brasileira, Miguel é uma verdadeira potência e um líder nato, no mais genuíno sentido e significado da palavra, tamanha a sua humanidade, generosidade e humildade.
Miguel iniciou nos contando sobre a sua atualíssima transição profissional, já que ele acabou de deixar a cadeira de Membro do Conselho Mundial da EDP, a Presidência do Conselho de Administração da EDP Brasil, para agora retornar para o Brasil para iniciar um novo capítulo profissional como CEO da CCR. Que sorte a da CCR!!
Em seguida, Miguel começa a sua apresentação sobre sustentabilidade já defendendo a sua impactante tese de que o Brasil é a superpotência da sustentabilidade e a grande oportunidade para as lideranças brasileiras!
Para tanto, Miguel começa apresentando dados preocupantes sobre o nosso planeta e ressaltando o cuidado que temos de ter com o meio ambiente, já que temos menos de uma década para tentarmos reverter esse progressivo aquecimento do planeta (até 2031).
Primeiro ele enumera os efeitos negativos já visíveis em nosso planeta em razão de tal aquecimento:
- As tempestades já duplicaram desde 1980;
- As falhas de energia provocadas por tempestades já duplicaram desde 2003;
- Já testemunhamos, concentrados em apenas 1 ou 2 décadas, séculos de desastres naturais;
- O Brasil é o quinto maior país do mundo em termos de emissões de carbono (metade destas emissões resultam do desmatamento);
- A Amazônia já está desmatada em cerca de 20%. Se chegar a 40% de desmatamento, há grande probabilidade de virar uma savana, o que seria algo dramático para o planeta! Além de causar um aumento de temperatura média global de 4%.
- Num mundo 8 graus celsius mais quente, o nível das águas poderia subir 60 metros, o que significa que 1/3 do planeta ficaria inabitável, diante da inundação de várias cidades. Isso geraria, portanto, um número de 1.000 milhões de pessoas como “Refugiados climáticos”;
- 95% da população mundial respiram um ar altamente poluído;
- Há um “sétimo continente” – uma grande “ilha de plásticos” no pacífico - 15 vezes a dimensão de Portugal. O que isso tem impactado na nossa alimentação?
- Há um milhão de vírus congelados que poderão ser libertados da crosta terrestre com o derretimento das calotas polares.
Dito isso, será que o Covid-19 não foi um wake up call para todos nós? Miguel traz essa reflexão para todos nós!
Outra reflexão que ele faz: Será que os modelos de sustentabilidade de hoje são suficientes? completos? sustentáveis? Miguel critica os ODSs e o ESG.
No que se refere aos ODSs, o próprio nome “desenvolvimento sustentável” já é criticável pela definição etimológica destas palavras, por ser uma inconsistência nos seus termos, que significa, na realidade, “desvelar a natureza para sustentar a humanidade”. Miguel defende, ainda, que temos que, antes de tudo, olhar para dimensões mais intangíveis, como a espiritualidade, cultura corporativa, ética e moralidade, por exemplo! Pois é isso, na visão dele, que nos faz mudar o mundo verdadeiramente. É preciso, portanto, uma visão mais holística da sustentabilidade.
Miguel critica, ainda, o trio ESG. Na visão dele, faltam outros “E”, além do Environment.
Onde está a Economia? Afinal de contas precisamos de economia para partilhar, distribuir riquezas e eliminar desigualdades sociais (que deve ser circular, distributiva!). E Miguel vai além e defende a falta da Espiritualidade (autoconhecimento e o conhecimento do meu papel perante o cosmos), da Estética, e sobretudo da Ética.
Miguel traz a definição de Ética por Clóvis de Barros: “Ética é a uma inteligência compartilhada ao serviço do aperfeiçoamento da convivência”. Mas Miguel, de forma brilhante, novamente vai além e complementa esta definição: “Ética é a uma inteligência compartilhada ao serviço do aperfeiçoamento da convivência em sociedade e com a natureza”. Miguel defende uma “ética ecológica”, não só da nossa relação entre as pessoas, mas da nossa relação com a natureza!
E porque, na visão de Miguel, o Brasil é essa potência da sustentabilidade?
Nesse momento, Miguel traz uma séria de dados positivos para defender a sua tese:
- O Brasil é a 10ª. maior economia do mundo, a 7º. maior população do mundo, o 5º. maior território do mundo, a 4ª. maior área cultivável do mundo (3x mais produtivo do que a média dos terrenos cultiváveis do mundo);
- O Brasil tem a maior floresta tropical do mundo;
- O Brasil tem a maior biodiversidade mundial (20% de todo o planeta);
- O Brasil é a maior reserva da água potável do mundo (15% de todo o planeta);
- O Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo;
- O Brasil tem mais de 300 etnias (mais do que a China) e 175 línguas. Nas palavras de Miguel: “O Brasil é a Disneylândia da socio diversidade”!
Isso tudo representa uma grande OPORTUNIDADE para o Brasil, mas também uma grande RESPONSABILIDADE para as nossas lideranças! Liderança esta que, na visão de Miguel, deverá estar centrada no propósito maior que ele chama de “o BEM MAIOR”, que é o serviço à sociedade, o bem comum, o bem da sociedade.
Servindo a sociedade, certamente a cultura da empresa será influenciada, a sua reputação será positivamente impactada, e, assim, será possível gerar valor para os acionistas e impacto positivo. Mas o “core”, o centro do foco das lideranças, deverá ser o bem da sociedade!
O discurso e a tese do Miguel são um bálsamo para todos nós brasileiros, que temos orgulho do nosso Brasil e acreditamos no seu potencial! Sabemos que temos muitos desafios no nosso país, mas saio desse nosso encontro de hoje com as minhas esperanças renovadas e ainda mais orgulhosa de ser brasileira.
Muito obrigada, Miguel!
Para assistir e se inspirar também com esta valiosa conversa de hoje, basta clicar aqui.
Miguel participou também de um podcast da Virtuous Company que me deixou “saltitando” tamanha a inspiração e a motivação que ele nos transmite!
Depois de assistir, me conta o que achou?
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