
O nosso encontro de hoje foi com a querida “virtuosa” Tania Almeida para falarmos sobre Mediação, um método de prevenção e de resolução de conflitos que prima pela autonomia da vontade e busca por soluções “win win” para preservar a relação social. A mediação enxerga o consenso como uma forma de harmonizar as diferenças!
Para ser um mediador, não há qualquer restrição com relação às profissões de origem. O mediador pode ser um advogado, psicólogo, matemático, sociólogo e etc., o que só amplia as ferramentas disponíveis para a evolução e para o sucesso da mediação.
Ao longo do tempo, uma área que muito colaborou para a evolução da mediação foi a Neurociência, através das descobertas científicas acerca do que influencia os ser humanos nas suas tomadas de decisão.
Uma descoberta interessante foi a de que a emoção está presente em 100% das vezes em que tomamos alguma decisão. Isso não significa dizer que a razão também não está atuando, mas que a emoção está sempre presente (em maior ou menor grau, conforme o caso).
Outras descobertas interessantes foram que (i) sob forte emoção, usamos o nosso Sistema 1 (impulsivo, rápido…) em detrimento do nosso Sistema 2 (reflexivo, lento…) no momento da decisão (o que amplia a possibilidade e usarmos o nosso piloto automático e nos arrependermos depois) e que (ii) a tensão reduz a nossa capacidade cognitiva (o que também nos leva a tomar decisões menos refletidas).
Um ponto super interessante trazido pela Tânia foi sobre a decisão por votação! Tânia defende que este tipo de decisão, por mais intuitiva que seja para um resultado “justo”, pode não ser a mais adequada, já que não carrega a representatividade necessária da minoria.
Portanto, Tania sugere que as decisões não podem ser apenas sobre “sim / não”, “concordo / discordo”, já que há vários “tons de Sim” e que o ideal deve ser usarmos o “concordo plenamente / concordo parcialmente / concordo minimamente”. Ou seja, o foco em uma mediação não deve ser “Com o que eu concordo?”, mas sim “Com o que eu consigo conviver?”.
Por isso Tânia defende que haja DIÁLOGO (que é bem diferente de DEBATE!). O diálogo usa as seguintes premissas:
(i) Expressão – clara e cuidadosa
(ii) Escuta – empática e inclusiva
(iii) Apreciar e respeitar as diferenças
Sem as 3 premissas acima não há diálogo!
Por fim, Tânia nos traz o verbo que “define” o diálogo: FLEXIBILIZAR (e não, por exemplo, ceder). Porque quando eu cedo eu saio do meu lugar, eu “abro mão” do meu lugar. Mas quando eu flexibilizo eu não saio do meu lugar. Eu mantenho um “pé” no meu lugar e coloco o meu outro “pé” no lugar do outro e me permito “transitar” por esse caminho para melhor conhecê-lo e poder tomar a minha decisão de forma mais refletida e adequada.
Em breve, quando a gravação dessa valiosa conversa for disponibilizada coloco o link aqui para que você possa assistir e se inspirar também.
Depois de assistir, me conta o que achou?
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