Para inaugurar as nossas sessões-bônus do Programa de Lideranças Virtuosas de 2023 (que, como sabem, tenho a honra de participar desde o início de 2022), conversamos com a querida Taís Moriyama sobre saúde mental, um tema fundamental na atualidade, em particular para as lideranças corporativas.
A Taís nos mostrou diversos estudos interessantes sobre o funcionamento do nosso cérebro e como ele reage ao ambiente em que vivemos. Ou seja, se o ambiente é hostil, consequentemente nos tornamos mais agressivos. O efeito do estresse crônico no ser humano é devastador, pois ativa as partes mais primitivas do nosso cérebro, nos deixando mais impulsivos (gritamos e/ou choramos sem querer) e em constante estado de hipervigilância (com dificuldades para dormir). Isso é comprovado em uma pesquisa, que demonstra o crescimento recente (mais de 100%) da procura por antidepressivos e ansiolíticos para o tratamento de ansiedade, depressão e insônia. Uma outra pesquisa de 2021 com cerca de 300 lideranças corporativas também trouxe dados alarmantes: cerca de 63% declaram ter problemas com ansiedade, cerca de 47% relatam estresse, cerca de 27% relatam insônia, cerca de 20% relatam burn out e cerca de 10% relatam depressão.
Por isso o cuidado que devemos ter com os nossos ambientes corporativos para que as nossas pessoas tenham uma boa saúde física e mental. Obviamente, evitar por completo o estresse nas organizações é algo utópico, já que as adversidades são inevitáveis. Mas é possível sim controlarmos o nível destes “estresses evitáveis”, como por exemplo, do estresse social, no ambiente empresarial.
Segundo a Tais, o estresse social é o que mais adoece as pessoas. Esse tipo de estresse é caracterizado por três “elementos”: a exclusão, a subordinação forçada/ameaça e a escrutinização (que é quando ridicularizamos publicamente uma pessoa).
Mas o que é preciso desenvolver em um ambiente corporativo para conseguirmos gerir o estresse? A resposta é clara: Segurança Psicológica! O sentimento de que temos o suporte para superar as adversidades do mundo corporativo, de que somos compreendidos e aceitos, de que podemos questionar o “status quo”, etc. E a liderança tem um papel fundamental para a criação de um ambiente que seja seguro psicologicamente.
Infelizmente muitas vezes as empresas cuidam pontualmente dos efeitos do estresse nas suas pessoas, (como, por exemplo, do burn out), mas negligenciam a causa desse estresse. Deixam de cuidar do “todo”, de investigar a fundo o que é que está acontecendo no seu ambiente que está levando as suas pessoas a adoecerem física, mental e emocionalmente? É essa mentalidade empresarial que precisa mudar!
É indiscutível que, sob o ponto de vista moral, investir em saúde mental é o melhor a se fazer pelas nossas pessoas. Mas, para além disso, há um comprovado retorno financeiro para a empresa. Uma pesquisa recente demonstrou que o ROI (Return of Investment) em saúde mental é altíssimo: para cada 1 dólar investido em saúde mental há um retorno de mais de 5 dólares para a empresa.
Para finalizar, algumas frases da Taís para a nossa reflexão:
“A vida não é métrica, muito menos as emoções”
“As pessoas estão perdendo a dimensão da espiritualidade”
“A resiliência dos jovens de hoje ao burn out é muito menor do que a da nossa geração, porque as expectativas [dos jovens de hoje] são irreais e eles estão acostumados com um conceito de conforto que é muito longe do possível para o ser humano”
“Ninguém é feliz o tempo todo. Oscilar é normal”
E, por fim, esta do Alexandre Di Miceli:
“A felicidade não é a somatória de momentos felizes só, mas de muitas outras coisas [incluindo as experiências e adversidades]”
Para assistir e se inspirar também com esta valiosa conversa de hoje, basta clicar abaixo:
Depois de assistir, me conta o que achou?
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